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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A Advogada Ariana Anari Gil concedeu entrevista sobre os 11 cães encontrados em óbito dentro de sacos plásticos em via pública na cidade de Mogi das Cruzes

A  Advogada Ariana Anari Gil concedeu entrevista para a TV Diário - Afiliada Globo, no último dia 03 sobre o caso dos 11 cães achados em óbito em via pública dentro de sacos plásticos em Mogi das Cruzes no dia 02 de Novembro de 2021.

Após a polícia ambiental local receber laudo do CCZ, foi solicitado o arquivamento do feito.

Infelizmente o Direito dos Animais ainda é negligenciado em nosso país, segundo informações, embora o CCZ esteve no crematório analisando as carcaças dos 11 cães encontrados em sacos plásticos em via pública, a necropsia não foi realizada e os animais já foram cremados, ou seja, jamais saberemos se os animais foram colocados no local em vida ou em óbito, bem como não saberemos se em vida, passaram por algum tipo de maus-tratos!

Seria interessante tornar público o laudo !

Enfim mais um caso bárbaro impune.

Parabenizo o trabalho incansável da TV Diário - Afiliada Globo !

Assistam na íntegra a entrevista, também falei sobre o Dezembro Verde, Teoria do Link e como Denunciar maus-tratos.

https://globoplay.globo.com/v/10097241/?fbclid=IwAR11l3weoSYplLDV1B4PrakNqCQvtcdykfyplPqLBpDT4-4K49rxSPT0cMY




quarta-feira, 10 de novembro de 2021

A Advogada Ariana Anari Gil concedeu entrevista para a TV Diário – Afiliada Globo, sobre os 11 cães encontrados mortos dentro de sacos em Mogi

Na ocasião foram encontrados 11 cães em óbito, dentro de sacos plásticos (utilizados para descarte hospitalar), num terreno baldio, alguns com dizer “liberado”, animais com raça definida, alguns com lacinho e gravatinha, com indicação de tratamento veterinários, eis que apresentavam “marcas” e esparadrapo para procedimento intravenoso.

A situação fática ainda não foi esclarecida, e não se sabe se os animais foram colocados no local com vida, ou já em óbito, logo imprescindível que a Zoonoses local tenha realizado a necropsia dos animais (até a presente data sem a informação).

Sabe-se, até o momento que os agentes da Zoonoses compareceram ao local de cremação, para onde foram levados os corpos, porém, não especificaram os procedimentos adotados.

Lembrando que, animais encontrados mortos em via pública, são de interesse da saúde pública, vez que não se sabe a causa da morte, e a administração pública local deve ser acionada.

O descarte irregular de animais é crime, porém, é importante elucidar se trata-se de descarte irregular, ou se os animais sofreram algum tipo de maus-tratos em vida.

Vale lembrar o conhecido caso Dalva no Brasil, animais foram encontrados em óbito, na via pública e em sacos plásticos, porém a perícia constatou que os animais sofreram maus-tratos em vida, não tratava-se "apenas" de descarte irregular, inclusive a acusada confirmou que aplicava injeção letal a base de anestésicos no coração dos cães e gatos encontrados. Ou seja, casos de barbárie envolvendo os animais, necessita de análise minuciosa, não podendo descartar nenhuma hipótese.

Ficam os seguintes alertas:

a)   Descarte irregular de animais é crime ambiental e infração sanitária.

b)   É preciso fiscalização sanitária nos estabelecimentos de medicina veterinária.

c)   É preciso criar políticas públicas, a fim de que famílias em situação de vulnerabilidade e baixa renda tenham acesso ao descarte regular dos animais.

d)   Suposto delito envolvendo os animais é preferível NÃO mexer no local do delito, acione e cobre as autoridades competentes, administração pública e polícia.

e)   Toda condenação criminal depende de prova robusta, preservar todos os meios de prova é essencial. 

A delegacia ambiental, está investigando o caso.

Parabéns a toda equipe da TV Diário - Mogi das Cruzes, que com seu trabalho ágil e incansável, contribui para que casos bárbaros envolvendo os animais não fique impune.



https://globoplay.globo.com/v/10010285/?s=0s

https://globoplay.globo.com/v/9923636/

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Jornal Oi Diário destaca a Participação da Advogada de Suzano Ariana Anari Gil na audiência pública realizada pelo CNMP

 O Jornal Oi Diário da região do Alto Tietê - Grande São Paulo, destacou a participação da Advogada de Suzano Ariana Anari Gil, na audiência pública realizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público sobre a Violência política contra a Mulher.

Leiam na íntegra:

https://oidiario.com.br/violencia-politica-contra-a-mulher-advogada-suzanense-participa-de-audiencia-presidida-pelo-procurador-augusto-aras/

Texto: Redação Oi Diário

Foto Divulgação



Violência Política contra a Mulher Audiência Pública realizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Advogada Ariana Anari Gil

 A audiência pública aconteceu no último dia 04 de Novembro de 2021, na sede do Conselho Nacional do Ministério Público – Brasília, com formato semipresencial com cerca de 50 participações durante dez horas, o evento faz parte do projeto Respeito e Diversidade promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público, Presidido pelo Procurador-Geral da República Dr. Augusto Aras, que designou à coordenação a nobre Dra. Sandra Krieger.

O objetivo da Audiência Pública é avaliar possíveis providências a serem adotadas pelo CNMP, no âmbito do enfrentamento à Violência Política contra a Mulher, através da escuta dos segmentos representativos da sociedade, do Parlamento e do Executivo brasileiros.

A Advogada Ariana Anari Gil, participou em formato virtual e destacou a brutal violência verbal de gênero que sofre a mulher ao participar da política brasileira, que vai além da política partidária, mas também da política participativa fiscalizando mandatos eletivos.

Ressaltou que a violência verbal de gênero é hostil, grosseira, autoritária, pública e notória, de fácil e rápida disseminação através das mídias sociais, que não se preocupa com a verdade, mas acaba por criar verdadeiro “ringue” de ofensas pessoais, e pela mídia descompromissada com a verdade, defendeu a liberdade de imprensa compromissada com a verdade, mas rechaçou veementemente a mídia por ela considerada “ESCONDIDA”, que não possui dados visíveis, como endereço, CNPJ, nome do responsável, a fim de possibilitar direito de resposta, o que faz com que não se permita a defesa e a fala feminina pela democracia, e deve ser combatida.

Destacou ainda, a importância da conscientização social, de que NÃO devemos defender políticos, mas sim a boa política, sem bajulação, que precisa caminhar para uma sociedade da civilização, e esquecer as intolerâncias sociais.

Dra. Sandra Krieger coordenadora da audiência pública, considerou ser um dia histórico para o Conselho Nacional do Ministério Público.

Assistam a audiência pública na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=GP8uSiwJkC8&list=RDCMUCNwHEXf5YwWGfcAri_WBTEA&start_radio=1

Imagem: Ariana Anari Gil



quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Maus-tratos aos animais, a Advogada Ariana Anari Gil concedeu entrevista para a TV Diário - Afiliada Globo !

A Advogada Ariana Anari Gil concedeu entrevista para a TV Diário - Afiliada Globo, sobre o caso bárbaro do município de Suzano, em que uma cachorrinha, aparentemente desnutrida e idade avançada foi abandonada em via pública, numa mala.

Na ocasião, explicou da legislação, como denunciar maus-tratos, deveres da administração pública, guarda responsável, e, sobre atropelamento de animais, a responsabilidade do atropelador e a responsabilidade da administração pública pelos animais em via pública.

"Agradeço o convite, é sempre uma honra participar do trabalho na TV Diário. Gosto como são conduzidas as questões envolvendo os animais no Alto Tietê, sempre com informações de grande valia, imparciais e que conscientizam os cidadãos !"

"Agradeço também aos que assistiram e me enviaram feedback. "

A união faz a força e a diferença, o guardião de animal de estimação precisa aprender a guarda responsável, a administração pública precisa fiscalizar e combater o abandono de animais em vias públicas !

Texto: Ariana Anari Gil

Imagem: Ariana Anari Gil




sexta-feira, 10 de setembro de 2021

O Direito Médico-Veterinário e o Direito do Consumidor

O Portal Migalhas publicou no dia 09/09/2021 artigo de autoria da Advogada Ariana Anari Gil, sobre o Direito Médico-Veterinário e o Direito do Consumidor.

O direito médico-veterinário, consubstancia-se na legislação de regência que traça as diretrizes para o exercício profissional, estabelecendo ao médico-veterinário direitos e deveres, garantindo o exercício da atividade profissional com independência e autonomia, no melhor de sua capacidade profissional e o máximo de zelo, em conjunto ao Direito do Consumidor e Direito dos Animais, que tem impactado o ativismo judicial, tendo como base de prova o prontuário médico, conforme decisões judiciais declinadas no artigo !

Texto: Ariana Anari Gil
Imagem: Retirada do Portal Migalhas 







quarta-feira, 14 de julho de 2021

Legislação de MAUS-TRATOS AOS ANIMAIS - Entrevista da Advogada Ariana Anari Gil para a TV Diário - Afiliada Globo

Entrevista ao vivo da Advogada Ariana Anari Gil para a TV Diário - Afiliada Rede Globo, sobre maus-tratos aos animais. (13/07/2021).

Na ocasião, a advogada falou sobre o caso fático do cão Pit Bull que foi abandonado no município de Guararema em via pública pelo seu tutor, irresponsável e desumano, mas que graças as câmeras de segurança foi identificado e responde em liberdade por crime de maus-tratos aos animais.

Vale destacar que o animal é ser vivo dotado de proteção jurídica, consubstanciado no artigo 225 da CF/88 que veda prática de crueldade aos animais c.c artigo 32 da Lei 9605/98, que tipifica o crime de maus-tratos, nos casos de cão e gato no § 1º-A, com pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e perda da guarda. Se, ocorrer o óbito do animal a pena deverá ser aumentada de 1/3 a 1/6.

Os maus-tratos aos animais está conceituado na legislação como qualquer ato direto ou indireto, comissivo ou omissivo, que intencionalmente ou por negligência, imperícia ou imprudência provoque dor ou sofrimento desnecessários aos animais.

Além de que, o ato de abandono é ato cruel e degradante, e a reprimenda do delito é necessária, pela proteção aos animais e pela coletividade social, afinal, quem é cruel com animal é cruel com gente. Inconcebível um indivíduo ter a coragem e a falta de decência, em colocar seu membro familiar Pet dentro do veículo, abandoná-lo a própria sorte, presenciar o bichinho correr atrás do veículo, e efetuar o abandono. Parabenizo a TV Diário- Afiliada Globo por sempre veicular matéria de conscientização de respeito e dignidade animal, seja sobre legislação ou cuidado. Presenciou maus-tratos aos animais DENUNCIE, quem comete maus-tratos aos animais é sim CRIMINOSO

Texto Ariana Anari Gil

Assistam na íntegra: https://globoplay.globo.com/v/9683080/

 #maustratosécrime #maustratosanimais #cadeiaparamaustratos #leisansão #abandonodeanimaisécrime #dignidadeanimal #bemestaranimal #direitoanimais #direitoanimal #direitoanimalista




quarta-feira, 23 de junho de 2021

Escritório da Advogada Ariana Anari Gil é indicado ao Prêmio Quality Justiça 2021

O escritório da Advogada Ariana Anari Gil, o FariaGilAdvogadas foi indicado ao Prêmio Quality Justiça 2021, no segmento Escritório de Advocacia, que tem como objetivo, variadas ações no estudo dos problemas de interesse do País, nas áreas Municipal, na elevação do nível moral, material do povo brasileiro, finalizando com o reconhecimento público de organizações que se destacam perante a sociedade nas mais diversas áreas.

O FariaGilAdvogadas é Tradição de Mãe para Filha

Fundado no ano de 1989 pela Advogada Ana Cristina Faria Gil, desenvolveu-se na cidade de Suzano ficando conhecido por sua atuação exemplar, oferecendo experiência, comprometimento e segurança aos clientes.

A paixão pelo Direito passou de geração para geração.

Atendimento personalizado, tendo por prioridade conservar os direitos do cliente num todo e não só no caso concreto. Com postura vanguardista na apresentação de soluções legais para os casos confiados ao escritório.

O trabalho está consubstanciado na ética, compromisso e capacidade técnica, contribuindo com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa.

Dra. Ana Cristina Faria Gil, mãe das Advogadas do escritório Ariana Anari Gil e Jeaine Cristina Gil, sempre atuou de forma combativa e aguerrida com as injustiças sociais, e fez com que todos do escritório seguissem seus passos, sempre ressalvando, nós Advogadas temos compromisso com o Direito, temos o dever em sermos legalistas, temos dever social, temos dever em lutar pelos direitos fundamentais dos cidadãos.



 

quarta-feira, 31 de março de 2021

Advogada Ariana Anari Gil participa da Obra Direito Animal lançada pela Editora Thoth com precursores e exímios Juristas Brasileiros.

 A Advogada Ariana Anari Gil participa de importante obra pela consolidação do Direito Animal, lançada pela editora Thoth com precursores e exímios Juristas Brasileiros, tais como:

Dr. Vicente de Paula Ataíde Júnior (Coordenador do Programa de Direito Animal na UFPR).

Dr. Daniel Braga Lourenço (Doutor em Direito na área de Ética e Fundamentos do Direito. Professor Adjunto de Biomedicina e de Direito Ambiental da UFRJ, do IBMEC e do Mestrado em Direito da UniFG/BA. Coordenador do Centro de Ética Ambiental da UFRJ e do Antilaboratório de Direito Animal da UniFG. Membro do Oxford Centre for Animal Ethics.).

Dra. Juliane Caravieri Martins (Professora Adjunta da Faculdade de Direito (graduação e mestrado) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Doutora em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Doutora em Ciências da Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP), Mestra em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Especialista em Direito do Trabalho pela Universidade Braz Cubas e Especialista em Economia Empresarial pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

A obra consagra temas de extrema relevância, CONTRIBUIÇÃO PARA UMA TEORIA DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO ANIMAL BRASILEIRO / ANIMAIS SÃO PESSOAS NO DIREITO BRASILEIRO / ENSINO JURÍDICO E DIREITO ANIMAL: UMA ANÁLISE À LUZ DAS NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DOS CURSOS DE DIREITO / A TERAPIA MEDIADA POR ANIMAIS À LUZ DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 E DO DIREITO ANIMAL. O TRABALHO DOS PETS TERAPEUTAS / O MODELO DE PRODUÇÃO ANIMAL SOB A PERSPECTIVA AMBIENTAL E ÉTICA: O MUNDO QUE ESTAMOS (DES) CONSTRUINDO / OS ABATEDOUROS DA PARAÍBA E O DESRESPEITO À DIGNIDADE ANIMAL / EXPLORAÇÃO DE ANIMAIS PARA ENTRETENIMENTO HUMANO, entre outros.

O tema participativo da Advogada Ariana Anari Gil, está inserido no Capítulo 20 e retrata o aspecto jurídico da Exploração Animal para Entretenimento Humano, tema desafiador, eis que, nossa sociedade tem olhar mais acolhedor e protetor para cães e gatos, porém, quando o assunto da não crueldade aos animais e combate aos maus-tratos engloba gado e outros, a sociedade ainda insiste em “achar normal” a conduta humana que leva o animal ao sofrimento desnecessário, a dor, ao sofrimento, e pior, muitas vezes sob o manto equivocado de “amor” ao animal, esquecendo que, como diria Peninha “Quando a gente ama, é claro que a gente cuida”.

A visão jurídica acerca do tema, está consubstanciada na legislação de regência, com tese jurídica no debate sobre a Emenda Constitucional 96, que na visão da autora foi um contra-ataque político a decisão do Supremo Tribunal Federal, causando o efeito backlash.

Precisamos refletir nossa condição humana, que deve respeito e cuidado à todos seres vivos, todas vidas importam e merecem ser vividas durante seu ciclo natural.

Obra indispensável aos operadores do direito, a obra completa, propiciará reflexão e desenvolvimento de teses jurídicas na consolidação do Direito Animal, a partir da troca de conhecimento com os exímios juristas que participaram da obra, que inspiram e ensinam à compreender a indispensabilidade da aplicação e efetividade do Direito Animal na sociedade e no Direito Brasileiro.

Parabéns aos organizadores, em especial Dra. Juliane Caravieri Martins.

https://editorathoth.com.br/produto/o-direito-animalatutela-eticojuridica-dos-seres-sencientes/262






quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

TJ/SP considera dispensável prova pericial para condenação do crime de maus-tratos aos animais.

Fonte:https://arianagil.jusbrasil.com.br/artigos/1170453619/tj-sp-considera-dispensavel-prova-pericial-para-condenacao-do-crime-de-maus-tratos-aos-animais

 Por Ariana Anari Gil

O combate aos maus-tratos aos animais, está inserido no Direito dos Animais que é o ramo do direito que reconhece os animais sujeitos de direitos, seres sencientes, dotados de natureza biológica e emocional passíveis de sentimento, com reflexo no direito penal, processual penal e ambiental.

            Os maus-tratos aos animais está tipificado como crime na Lei de Crimes Ambientais 9.605/98 em seu artigo 32, bem como, consubstanciado no artigo 225, § 1º, inciso VII da nossa Constituição Federal, que veda, práticas de crueldade, face aos animais.

                                   Artigo 32 da Lei 9.605/98:

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.     (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Artigo 225 da CF/88:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (grifo nosso).     

 

            O artigo 225, § 1º, inciso VII da Constituição Federal, ganhou destaque como diretriz constitucional protetiva aos animais, no ano de 2016, quando a nossa Suprema Corte, julgou inconstitucional a Lei 15.299/2013, do estado do Ceará, que pretendia regulamentar a vaquejada como prática desportiva e cultural no estado, dando aplicação e efetividade ao artigo supra, como norma autônoma protetiva aos animais, que veda de forma expressa a crueldade.

            Ou seja, a nossa Suprema Corte, deu um basta na cultura especista, que “possibilitava” ao ser humano, ter uma relação de domínio e poder sobre o animal, acostumado da ideia ilegítima de que o mesmo poderia explorar outros seres, por vezes, com tortura e barbárie, fato que fez com que Juristas Brasileiros travassem debate massivo sobre os Direitos dos Animais, inclusive, a decisão da Suprema Corte é precedente em questões envolvendo o combate aos maus-tratos aos animais, no Judiciário brasileiro.

            Infelizmente o ser humano insiste na condição equivocada de exploração animal, e assim, ocorreu na situação fática processo 0001432-34.2017.8.26.0495.

            Na cidade de registro, dois acusados, colaboradores de um sítio de criação de búfalos, combinados entre si, no intuito de aproveitar da carne dos animais, apropriaram-se de 4 (quatro) búfalos, na condição de maltratá-los. Os acusados levavam os animais do pasto até uma lagoa onde atolavam, e então sob o manto de “salvamento”, amarravam uma corda no pescoço dos animais, que era puxada por trator até que os animais falecessem em razão da quebra do pescoço, após a morte dos animais, os acusados apropriavam-se da carne dos animais, razão pela qual, foram os acusados denunciados por maus-tratos, abuso e ferimento aos búfalos tipificado no artigo 32 da Lei 9.605/98, por 04 (quatro) vezes (número de vítimas) e apropriação indébita artigo 168 § 1º, inciso III do CP.

            Que, não foi realizado perícia judicial, a fim, de constatar os maus-tratos/abuso/ferimento aos animais, o que não impossibilitou a condenação, vez que, a 3ª Vara do Foro de Registro/SP na r.sentença de primeiro grau, entendeu que a materialidade e autoria delitiva estavam comprovadas tendo em vista os Relatórios de Investigação, Registro de Empregado e Fotos, bem como com as oitivas em sede policial e em juízo.

            Que, a defesa dos acusados, apresentou recurso (apelação) sobre a argumentação da imprescindibilidade da perícia judicial para corroborar o crime de maus-tratos/abuso e ferimento aos animais.

            Contudo, em análise e aplicação minuciosa da legislação de regência sobre os maus-tratos aos animais, e, olhar protetivo à vida animal, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, entendeu ser dispensável a perícia judicial, vez que, para os tipos descritos no art. 32 da Lei 9605/98, a consumação se dará pela prática efetiva da ação ou omissão de abusar, ferir, mutilar ou praticar maus-tratos em face aos animais, não estando os tipos penais, subordinados à conclusão pericial, até porque, o juízo de valor compete ao magistrado, a não ao perito, abaixo ementa do v.acórdão:

Ementa do v.acórdão:

Apelação. Maus-tratos e apropriação indébita em continuidade delitiva. Recurso das defesas. 1. Preliminar. Pleito objetivando a intimação da Defensoria Pública para manifestação após a apresentação do parecer ofertado pela Procuradoria de Justiça. Descabimento. Inexistência de previsão legal. A atuação do Ministério Público em Segunda Instância cinge-se à condição de fiscal da ordem jurídica e não como parte na relação processual de modo que o parecer apresentado pela Procuradoria não é qualificado como ato da parte. Inexistência de violação às garantias do contraditório e da ampla defesa. Precedentes do STJ e do TJSP. 2. Mérito. Materialidade demonstrada pela prova oral. Alegação de inexistência de laudo pericial comprobatório dos maus-tratos. Não acolhimento. A expressão "maus-tratos" representa elemento normativo do tipo penal cabendo ao magistrado, e não ao perito, avaliar a sua ocorrência no caso concreto. 3. Materialidade e autoria delitiva comprovadas. Acusados que se aproveitaram de que alguns búfalos pertencentes à vítima atolavam em um lamaçal e tracionavam os animais mediante o uso de uma corda amarrada em seu pescoço causando sua morte. Apropriação da carne do animal pelos réus. Declarações firmes prestadas pela vítima as quais foram corroboradas pelo depoimento prestado pelo investigador de polícia. Depoimento de testemunha presencial que confirmou os maus-tratos e a apropriação da carne. Versões inconsistentes apresentadas pelos acusados. 4. Pleito invocando a atipicidade formal do crime de maus-tratos. Alegação de que búfalo não é animal silvestre, exótico, doméstico ou domesticável. Descabimento. Através de sua domesticação, por meio da interação com o ser humano, o bovino passou a nutrir vínculos de dependência com a espécie humana a ponto de caracterizá-lo como animal domesticável e usufruir da tutela penal prevista pelo art. 32 da Lei de Crimes Ambientais. 5. Crime de apropriação indébita. Corréu que não exercia a posse ou detenção dos animais. Aplicação da teoria unitária prevista pelo art. 29 do Código Penal pelo qual todos aqueles que colaboram para a prática delituosa responderão pela mesma infração penal. 6. Imposição da causa de aumento prevista pelo art. 168, §1º, III, do Código Penal ao corréu que não possuía vínculo de emprego com a vítima ao contrário de seu comparsa. Circunstância de caráter pessoal incomunicável no concurso de agentes. Aplicação do art. 30 do Código Penal. 7. Dosimetria. Aplicação da agravante do meio cruel ao crime de maus-tratos. Configuração de bis in idem. Circunstância que não ultrapassou a reprovabilidade já prevista pelo legislador no tipo fundamental. Causa de aumento prevista pelo art. 30, §2º, da Lei de Crimes Ambientais. Imposição de aumento no patamar máximo desprovido de fundamentação. Redução para o patamar mínimo de 1/6. 8. Reconhecimento da continuidade delitiva. Necessidade de utilização frações sucessivas de acordo com a quantidade de infrações penais praticadas. Precedentes do STJ. Redução do patamar de aumento para 1/4. 9. Regime aberto mantido. Substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos. Redução da prestação pecuniária para o valor de 1 salário-mínimo. 10. Fixação do valor do dia-multa em 1/3 do maior salário-mínimo. Inexistência de dados concretos que apontem condição financeira favorável. Redução para o valor mínimo legal. 11. Estabelecimento do valor mínimo para indenização dos danos causados pela infração penal. Insuficiência de provas que apontem para o valor de cada bovino. Ausência de auto de avaliação. Estimativa dada pela vítima sem qualquer outro elemento probatório que embasasse os valores indicados. Pedido que deverá ser mais bem avaliado perante o juízo cível competente o qual dispõe de melhores condições para a aferição do prejuízo suportado pelo ofendido. 12. Recursos parcialmente providos. 
(TJSP;  Apelação Criminal 0001432-34.2017.8.26.0495; Relator (a): Marcos Alexandre Coelho Zilli; Órgão Julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Registro - 3ª Vara; Data do Julgamento: 12/02/2021; Data de Registro: 12/02/2021) (grifo nosso).

            Assim, no caso concreto, a prova oral bastou para condenação pelo crime de maus-tratos/abuso e ferimento, com pena aumentada em 1/3, devido ao óbito dos animais, embora a defesa dos acusados, tenha pugnado pela absolvição, por entender que a materialidade do delito não estava comprovada, pela falta de exame pericial, a 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, ratificou a decisão de primeiro grau, pela dispensabilidade no caso concreto da prova pericial.

            Abaixo trecho do v.acórdão:

“... A materialidade delitiva foi comprovada pela prova oral. Nesse sentido, não se sustenta a versão apresentada pela defesa de que para a comprovação dos maus-tratos seria imprescindível à realização de exame pericial. Afinal a, expressão “maus-tratos” representa elemento normativo do tipo penal cabendo ao magistrado, e não o perito, avaliar a sua ocorrência no caso concreto. Nesse sentido, aliás, já se manifestou o Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

PENAL. CRIME AMBIENTAL. ESPÉCIME EM EXTINÇÃO. AVES DA ESPÉCIE ANODORHYNCHUS HYACINTHINUS. ARARA AZUL. IBAMA. ATIVIDADE CIENTÍFICA E NORMATIVA. CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA. COMPETÊNCIA FEDERAL. RECEPTAÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. ARTIGOS 29 E 32 DA LEI Nº 9.605/98. TRANSPORTE ILEGAL DE ANIMAIS. MAUS-TRATOS. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. PERÍCIA TÉCNICA. (...) 4. No delito do art. 32 da Lei Ambiental, a consumação se dá com a prática efetiva da ação ou omissão de abusar, ferir, mutilar ou praticar maus-tratos em face de animais. 5. A norma penal não subordina o significado de maus-tratos à conclusão pericial, uma vez que não cabe ao expert cotejar juízo de valor sobre o seu significado, mas sim ao julgador. À perícia técnica impende apenas informar as condições em que estava a espécime no momento em que foi encontrada. (TRF4, Apelação Criminal 2005.71.00.040396-0, OITAVA TURMA, Relator PAULO AFONSO BRUM VAZ, D.E. 11/04/2007)

Na hipótese dos autos, a materialidade e a autoria delitiva foram comprovadas pela prova oral...”

               Como se vê, a Jurisprudência supra do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, pela dispensabilidade de perícia judicial para condenação pelo crime de maus-tratos/abuso e ferimento, bastando a prova oral, servirá como exemplo para decisões à casos análogos, e teses jurídicas, além de representar consolidação no Direito dos Animais, no que diz respeito ao combate aos maus-tratos aos animais.

            Militantes do Direito dos Animais, diariamente apresentam teses jurídicas sobre a necessidade de aplicação e efetividade da legislação em vigor, num olhar de proteção à vida dos animais, entendimento, que algumas vezes diverge dos penalistas brasileiros, principalmente os com visão antropocentrista.

            A decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, representa avanço inegável no combate aos maus-tratos aos animais, primeiro pela dispensabilidade da prova pericial, o que possibilita a persecução penal, nos casos em que há outros meios de prova (prova oral, fotos), segundo pela aplicação do artigo 32 da Lei 9.605/98, por vítima, ou seja, tratando-se de quatro búfalos os acusados foram denunciados com incurso 04 vezes no artigo supra.

            A reprimenda do crime de maus-tratos/abuso/crueldade e ferimento, com condenação dos agressores é de suma importância para o combate aos maus-tratos aos animais, que inclui ferir, mutilar, abusar, animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. O ser não-humano deve ser tutelado pelo Direito Penal, em função de si próprio, em função de ser sujeito de direito, ser não-humano que possui o direito de viver, enquanto ser vivo senciente.

Decisão extraída do processo 0001432-34.2017.8.26.0495, data da publicação 12/02/2021.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

CONSULTA ADVOGADO ON-LINE (Virtual)

A IMPORTÂNCIA DA CONSULTA JURÍDICA E A FACILIDADE DA CONSULTA VIRTUAL/ON-LINE

A consulta jurídica acontece quando o cidadão procura o profissional do direito para fazer uma pergunta, conversar, tirar dúvidas e/ou buscar orientações de como proceder diante de algum problema ou situação, e sim, consulta jurídica é trabalho remunerado do profissional, por vezes, a “simples pergunta” resolve a vida do cidadão, que poderia se colocar em situação mais complicada, se não tivesse conhecimento de seus direitos e deveres antes de agir.

A consulta jurídica é transformadora, capaz de evitar demandas jurídicas desnecessárias, e, solucionar diversas situações de percalços na vida do cidadão, é muito mais complexa do que a “simples pergunta”. O (A) advogado (a) sabe detectar durante o relato do cidadão o que realmente importa, e extrair as informações que serão necessárias para a análise técnica, além, de prever conflitos que o cliente ainda não sabe que poderá enfrentar, se continuar agindo a sua própria sorte, na consulta jurídica, apresenta soluções inovadoras que trarão ganhos e soluções. Muito mais valiosas do que o valor gasto com aquela hora de trabalho.

É a partir da consulta que o cidadão (pessoa física e jurídica) começa a ter conhecimento do que fazer, ou não fazer, para solucionar o problema ou a situação, e, se será ou não necessário contratar um profissional. 

A consulta jurídica, é um meio de prevenção, somos um país litigante, ou seja, toda e qualquer situação pode gerar demanda judicial. Por certo, como bons profissionais, devemos distinguir situações que não há alternativa.

Ressalta-se, que o profissional do direito, para ter condições de prestar consulta eficiente e atualizada, além de toda estrutura de escritório, precisa estar em constante estudo, o que gera custos, mesmo para responder uma “simples pergunta”, afinal, o advogado presta serviço intelectual, mediante apresentação de raciocínio lógico avançado e alta capacidade de abstração, de todas possibilidades que envolve a situação ou problema.

Assim, claro e evidente, que o tempo que o profissional se dedica ao cidadão (pessoa física e jurídica), precisa ter valor e precisa ser cobrado. A consulta deve ser cobrada, conforme tabela de honorários advocatícios do Estado como base, evitando, por conseguinte, a desvalorização da profissão.

As consultas virtuais, geralmente são contratadas através de e-mail, ou outro canal de comunicação escolhido pelas partes, e realizadas através do MS Teams (o mesmo sistema utilizado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, para realização das audiências).

As consultas virtuais evitam deslocamento desnecessário, e, permite o contato direto com o profissional escolhido em qualquer lugar do mundo.

Texto: Ariana Anari Gil - Advogada - OAB/SP 221.152
Advogada no escritório FariagilAdvogadas

Animais em Condomínio e a Pandemia COVID-19.

Texto: Ariana Anari Gil

Fonte: https://arianagil.jusbrasil.com.br/artigos/834231265/animais-em-condominio-e-a-pandemia-covid-19?ref=feed

https://sindicolegal.com/animais-condominio-e-covid-19/

 No ano de 2019 o STJ (Superior Tribunal de Justiça), decidiu que a convenção de condomínio residencial não pode proibir de forma genérica a criação e a guarda de animais de qualquer espécie nas unidades autônomas quando o animal não apresentar risco à segurança, à higiene, à saúde e ao sossego dos demais moradores e dos frequentadores ocasionais do local.

Que, após decisão supra, surgiram várias manifestações no sentido, é proibido proibir, porém, a afirmativa deve ser relativizada em cada caso fático, no que diz respeito à compreensão da posse responsável do animal de estimação, a fim, de assegurar a convivência pacífica que assegura, a saúde, segurança e higiene vejamos:

A nossa legislação em vigor assegura o Direito de Propriedade a todos os cidadãos no artigo , incisos XXII e XXIII e artigo 170 incisos II e III da Constituição Federal.

O Direito de Propriedade é diretriz constitucional, e, está disciplinado no Código Civil, situação que, reflete no uso, gozo e disposição do bem como melhor entender o proprietário ou possuidor, direito real por excelência abrangendo a coisa em todos os seus aspectos, sujeitando-o totalmente ao seu titular, sendo representado pela plenitude da propriedade e seu caráter exclusivo e ilimitado, como assegura os artigos 1228 ao1231 do Código Civil.

Que, os direitos dos condôminos estão disciplinados no artigo 1335 e os deveres dos condôminos, encontram-se disciplinado no artigo 1.336 ambos do Código Civil.

Destaca-se que, as associações de moradores (conjunto de casas), juridicamente conceituada como sociedade civil sem fins lucrativos, que, não são consideradas condomínios propriamente dito e depende do morador querer ser associado para ter a obrigação de contribuição da sua quota-parte e estar obrigado à convenção e/ou regimento interno, não exime o morador ao direito de permanência do animal de estimação na unidade, bem como, não o exime da obrigação de respeito ao sossego, saúde e segurança de todos, vez que, embora com regras distintas, são equiparadas aos condomínios para efeitos legais, valendo as mesmas regras.

Ou seja, o condomínio ou associação de moradores, não pode proibir a permanência do animal de estimação dentro da unidade autônoma (dentro do apartamento ou casa), pelo bel-prazer de algum ou alguns condôminos sem justificativa comprovada de que aquele animal representa risco à saúde, segurança, higiene e sossego, vez que, a determinação arbitrária, representa proibição de forma genérica, que interfere na liberdade do uso e gozo da propriedade, como melhor convém ao proprietário.

Contudo caberá aos administradores o direito de criar regras, a fim, de harmonizar a convivência entre seres humanos e não-humanos, na área comum do condomínio/associação, afinal, todos condôminos pagam para usufruir da área comum, e então, é preciso tolerância, e compaixão com a escolha do outro.

Além de que, nossos julgados, tem se posicionado no sentido que, na área comum, é vedado obrigações fora do bom senso ou abusivas, como vem acontecendo em alguns casos, exemplo, proibir que tutores idosos utilizem o elevador com seus animais, que não apresentem risco de saúde, segurança e higiene.

Que, alguns outros direitos dos condôminos, que refletem na permanência de animais de estimação encontram-se disciplinados nos artigos. 1.331 a 1.358 do Código Civil, sendo direito real originário, da junção de duas formas de propriedade nos condomínios: a propriedade individual sobre as unidades autônomas (apartamento ou casa) e a copropriedade sobre as partes comuns (entrada, hall, piscina, playground, academia, área gourmet, entre outras).

Nessa perspectiva, a despesa com a propriedade individual cabe ao proprietário, porém, a despesa com a área comum, cabe a todos coproprietários, como encargos trabalhistas com funcionários, segurança, jardinagem, enfim, logo, é preciso o bom senso de se analisar, verificar e colocar na convenção e no regimento interno direitos e deveres que resguardem todos, afinal, o tutor ou guardião do animal, também arca com a despesa da área comum, e deve ter suas escolhas respeitadas.

Ocorre que, a pandemia vivenciada COVID-19, está sendo motivo de celeumas em alguns condomínios/associações, pela falta de razoabilidade dos seres humanos.

Nos últimos dias, observei vários relatos da “guerra” desnecessária existente entre criança/adolescente X animais, e aí está o “grande problema” que não deveria existir, dentro da racionalidade que se espera dos seres humanos, maiores e capazes. O ponto central não é quem possui mais direitos criança/adolescente ou animais, o ponto é o direito de cada um que deve ser respeitado.

A orientação é isolamento social, distanciamento, que não se enquadra na situação que vem ocorrendo com frequência em alguns condomínios/associações, como, passeio de crianças/adolescentes seja a pé, de bicicleta, patinete, jogando bola, skate, ou qualquer outro meio de lazer. Isolamento social não é férias, e, a criança/adolescente deve estar sempre, independente da pandemia ou não, acompanhada de seu responsável. Isolamento social, a fim, de evitar aglomeração é cada um na sua casa, ou seja, todos dentro da sua unidade autônoma, qualquer conduta que represente aglomeração de pessoas, independente de regras condominiais, no momento de pandemia vivenciada, não deve ser permitida, afinal, como todo mundo já sabe a melhor forma de prevenir o contágio entre os humanos pelo novo coronavírus é ficando em casa.

Quanto aos animais de estimação, os pets, entidades internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertam que, os animais de estimação NÃO TRANSMITEM COVID-19 e abandono e falta de cuidado é crime tipificado no artigo 32 da Lei 9605/98.

Nessa perspectiva, regras devem existir para todos, humanos e não-humanos, porém, em época de pandemia, são necessárias regras especiais também para os pets, lembrando que cães e gatos sentem falta da rotina, principalmente aqueles com o hábito de passeio, a fim, de fazer suas necessidades básicas, por exemplo, e, então dicas simples podem ajudar na convivência de todos os condôminos, vez que, negar cuidado ao animal, configura maus-tratos crime tipificado no artigo 32 da Lei 9605/98, logo, em época de pandemia a saída do pet deve ser rápida e objetiva, sempre acompanhado do seu tutor/guardião (maior e capaz), e, conduzido com coleira e guia e o tutor/guardião JAMAIS deve permitir a “voltinha” do pet sozinho, até porque é obrigação do tutor/guardião recolher os dejetos do seu pet.

Como se vê, não precisa, tutores e guardiões de animais e demais condôminos travarem verdadeira “guerra”, dividindo-se entre os que gostam dos “bichinhos” com os que não gostam dos “bichinhos”, esquecendo que é escolha amar o animal, porém, é DEVER respeitá-lo, porque assim determina a legislação de regência.

O que se espera no momento é bom senso e diálogo de todos, com a absoluta certeza, de que, não há mais ou menos direitos para um ou para outro, o que existe é o respeito à escolha do outro, e o direito de todos. É desarrazoado o relato, de criança/adolescente desacompanhada de seu responsável não respeitando o familiar pet do condômino, como também é desarrazoado o membro familiar pet dando voltinha sozinho, por vezes, adentrando unidade autônoma que não seja de seu tutor/guardião.

Destarte, o sentimento de só possuir direitos e não deveres, e a falta de diálogo, tolerância, razoabilidade, está representando verdadeira entrave na questão, e dificultando que o ser humano saiba distinguir, o que é direito do animal e do ser humano tutor do animal e o que é direito do ser humano não possuidor de animal de estimação nos condomínios, principalmente, na atual situação vivenciada pela pandemia COVID-19.

Aliás, cabe refletirmos que nos condomínios ou associação de moradores, pode existir pessoas positivadas por COVID-19 se restabelecendo, idosos, acamados, enfim, situações que nos fazem contribuir para que não haja barulho excessivo, tanto do adulto, da criança/adolescente como do membro familiar pet, respeitar o espaço do outro é fundamental.

A verdade é que a violação do sossego alheio, principalmente em época de pandemia, constitui grave infração dos deveres de vizinhança, porque dele decorre a interferência do descanso, por consequência da saúde, não esquecendo que o condômino incomodado com o barulho causado pelo animal, pode também, estar no uso de sua propriedade causando barulho excessivo a outros condôminos, como o uso de instrumento musical, som ligado, utilização de eletrodomésticos, criança/adolescente fazendo algazarra e gritaria, enfim, todos de alguma forma fazem barulho, o que precisa é bom senso em distinguir o que é considerado barulho excessivo ou não.

Outro ponto comum de debate entre o direito do ser humano e do ser não-humano, estabelecido durante a pandemia, é o direito de ir e vir, que é também direito do pet, que garante, a circulação do mesmo na área comum do condomínio ou associação, desde que respeitada as regras de guarda responsável, e regras gerais do local, sendo abusiva a obrigatoriedade de circulação com o animal somente pelas escadas e/ou no colo, situação que em tese caracteriza violação ao princípio da dignidade da pessoa humana, vez que, o ato de só transitar pelas escadas com o animal no colo, pode causar desconforto e até problemas de saúde ao humano tutor/guardião e ao animal, cardiopatas por exemplo, além de constrangimento ilegal e/ou maus-tratos, fato é, os pets NÃO TRANSMITEM COVID-19, quem transmite é o HUMANO.

Tenhamos consciência que a guarda responsável tanto da criança/adolescente como do pet deve ser exercida por pessoa maior e capaz, a criança/adolescente NÃO DEVE conduzir o membro familiar pet, mesmo com guia e coleira, sem a presença do tutor/guardião de ambos. A situação equivocada é responsável por inúmeros “atritos” nos condomínios e associações, e deve ser combatida. Tutor/guardião de seres vivos vulneráveis criança/adolescente e animais, que os deixem à própria sorte pelo condomínio ou associação, agem de forma irresponsável e podem ser responsabilizados pela inobservância do Estatuto da Criança e Adolescente e Guarda Responsável de Animais Domésticos.

Como se vê, a lei disciplina os direitos e deveres dos condôminos, bem como, disciplina o direito de propriedade, que quando em confronto ambos ou demais direitos como dos animais, idosos, criança e adolescente, os seres humanos e os julgadores terão que ter sensibilidade e razoabilidade, a fim, de se chegar ao meio-termo de tolerância aceitável e abusos existentes, jamais admitindo qualquer disputa entre os direitos dos seres humanos e dos animais, não existe disputa, na maioria dos casos o que existe é intolerância ao direito de escolha do outro.

Destaca-se que, é proibido manter animais Silvestres, como papagaios, macacos (saguis), fora de seu habitat ou em desacordo com legislação vigente, exceto quando autorizado por órgão competente.

Por fim, não há fundamentação jurídica, que justifique criar competição desnecessária entre direitos dos animais X direito da criança/adolescente, é JUNÇÃO E NÃO ESCOLHA. A meu ver, a comparação é infeliz e só serve para criar animosidade desnecessária, não podemos “achar” que, quem escolhe possuir animal de estimação não gosta de criança e vice-versa, aliás, muitos brasileiros possuem em seus lares crianças e animais, o que falta é razoabilidade de se respeitar a convivência pacifica e opção do outro, a celeuma quem cria é o adulto. É preciso viver pensando na coletividade, errado está o animal que provoca incômodo desnecessário ou barulho excessivo e errada está a criança/adolescente ou qualquer outra pessoa que ocasione incômodo desnecessário ou barulho excessivo, sem senso de coletividade.

Não é luta a procura de vencedores ou perdedores, é busca de equilíbrio na aplicação e efetividade ao direito de todos, inclusive ao Direito dos Animais.